domingo, 12 de dezembro de 2010

Relacionamentos

Sempre que converso sobre relacionamentos com uns amigos meus, lembro-me de um conceito de um autor q li a muitos anos atrás. Nunca li nada depois sobre esse tema, acho q porque a concepção do autor me satisfez, e sempre uso o modelo dele para pensar sobre isso. Ontem, conversando sobre namoros com um pessoal, mais uma vez esse autor me veio a mente, e como tem tempo que não posto nada, vou aproveitar p compartilhar o que penso sobre.

Lendo um livro de psicologia social, de David Myers, a muitos anos atrás, lembro q ele menciona um autor, Sternberg, e a sua teoria triangular do amor. Ele fala que existem 3 elementos (paixão, intimidade e afeto) e que estes 3 elementos se combinam de diversar formas, formando varios tipos de amor. Por exemplo, quando há intimidade e afeto, existiria o amor de companheirismo, de amigo; quando há paixão e afeto, haveria o amor platônico; paixão e intimidade, amor romantico; e os 3 juntos, o amor ideal.

Pensando nos 3 elementos, acho q a intimidade se relaciona com o fato da pessoa ser verdadeira ou não com a outra, de se permitir entrar em contato sem bloqueios, ou com o minimo de bloqueios possivel. A intimidade seria a potenciadora do contato, afinal, quanto mais vc age de forma verdadeira com o outro, maiores são suas chances de satisfação no contato, enquanto que, se vc se força a agir de um jeito que não te agrada para ser aceito pelo outro, limitadas são suas possibilidade de satisfação (só ficará feliz se o outro mostrar q gosta de vc, ou se vc agiu da forma q considera ideal).

O afeto, tem a ver com a satisfação que vc tem em interagir com o outro, se vc gosta da companhia do outro, enquanto q a paixão se relaciona com uma atração física. Acho que o afeto, na maioria das vezes, é mais próximo de um prazer depressor, e este afeto me lembra o conceito bíblico de amor, o amor como algo tranquilo, sendo neste caso um amor mais geral, e não apenas um amor romântico. Já a atração física é mais próximo de um prazer excitatório. Relembrando então o texto onde falo o q penso sobre o desejo, acho q, entre o afeto e a atração física, o ideal é que predomine em um relacionamento o afeto, pois, enquanto a atração física é um desejo intenso, e os desejos intensos são fortes e tendenciosos ao egoísmo, o afeto é tranquilo, permite uma flexibilidade maior de formas de felicidade, satisfação. Os 2 elementos são importantes, porém, com o predominio do afeto, as coisas seriam melhores, penso. Agora me lembrei de uma musica de Cazuza: Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida...

Então, pelo que eu entendo do bem pouco que vi sobre esse autor, o amor ideal para um relacionamento amoroso seria aquele em q vc estaria à vontade com a pessoa, sem receio de mostrar seus defeitos, e onde existe uma atração e afetos acima do seu normal.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Os perigos do desejo

No budismo, ou na bíblia, tem uma afirmação semelhante: O desejo gera sofrimento. O budismo diz que o desejo gera sofrimento na medida em que me frustro por não satisfazê-lo; a Bíblia diz que o desejo gera sofrimento no outro, na medida em que passamos por cima do outro para satisfazer nossos desejos. O desejo em si, penso, não é ruim, pois é o desejo, em um sentido amplo, que nos move, pois vivemos sempre em busca de algo, a busca é o que nos motiva. Uma busca por alimento, uma busca por amizade, por conhecimento, desenvolvimento fisico e mental, busca por namoro, em fim, a motivação para viver é a busca. O problema não é o desejo, mas a intensidade do desejo, pois, quanto maior a carga afetiva vinculada ao desejo, quanto mais intenso o desejo, maior o foco na sua necessidade, e menor o foco no outro. O desejo, quanto mais intenso, maior a tedência ao egoísmo e, quanto maior o egoísmo, menos nos preocupamos com o outro, ou seja, maiores são as chances do sofrimento do outro.

O ideal seria levarmos uma vida moderada, motivados por desejos menos intensos, pois teríamos certo controle, afinal, se um desejo não pudesse ser satisfeito, facilmente poderíamos nos adaptar e buscar a satisfação de outro. Por exemplo: Vamos supor que eu vá conversar com uma menina, eu a ache atraente. Poderia a primeiro momento buscar uma interação homem-mulher, mas, se eu observar que essa não é a intenção dela, poderia facilmente me adaptar para uma interação amigo-amiga, e assim, obter satisfação, felicidade dessa interação; porém, se meu desejo por ela for muito intenso, não me importarei de ser inconveniente, e forçarei um contato homem-mulher, o que a deixará irritada, chateada, enfim, será um contato desagradável. Quanto mais intenso o desejo, maior o controle que ele exerce sobre mim.

Utilizando um modelo que acho interessante de Jung, penso bastante válido pensar nos afetos da seguinte forma:
prazer excitatório--- prazer depressor----equilíbrio----desprazer depressor------desprazer excitatório

Sendo que os pólos são os pontos de maior desejo e carga afetiva (prazer excitatório-desprazer excitatório), quanto mais próximo do ponto de equilíbrio, menor a influência dos afetos, e quanto mais próximo dos pólos, maior a influência dos afetos. Portanto, quanto mais próximo dos pólos, maior a tendência ao egoísmo, e quanto mais próximo do centro, maior a facilidade de prestar atenção a si e ao outro.

Pazer excitatório quer dizer sensações agradáveis e um estado de euforia. Por exemplo, dançar uma musica agitada;
Prazer depressor quer dizer sensações agradáveis e tranquilidade. Por exemplo, deitado numa rede, olhando o mar e ouvindo o barulho das ondas (gosto de ouvir e sentir o cheiro do mar :P);
Equilíbrio quer dizer ponto onde não há nenhum afeto;
Desprazer depressor quer dizer sensação desagradável e acomodação. Por exemplo, tristeza;
Desprazer excitatório quer dizer sensação desagradável e agitação. Por exemplo, dor de barriga;

Transtornos de personalidade

Tem certas descobertas q fazemos durante a facul, durantes as aulas, e existem descobertas q a gente faz por conta própria. Em relação a psicologia, conheci algumas teorias bem interessantes só depois da facul, lendo por conta própria. 2 autores que conheci mais nesse processo foram Bandura e Karen Horney e, em relação a entender as classificações existentes no CID 10 e no DSM- IV dos transtornos de personalidade, Horney e sua teoria foram muito úteis para mim. Pelo que eu li (ainda quero me aprofundar mais na teoria dela), ela afirma que existe uma ansiedade inicial, e que esta ansiedade (possível ameaça) faz com que as pessoas busquem lidar com ela, basicamente por meio da evitação, submissão, ou controle (poder). Seria um desdobramento da concepção de luta-fuga (fugir da situação ou reagir a ela), frente a situações de ameaça, de perigo. Assim, o transtorno de personalidade seria um pensamento rígido de ser ameaçado em certas situações, e com uma reação rígida frente a elas. E, baseado nessas reações de evitação, submissão ou poder, dá para fazer uma relação com os transtornos classificados nos manuais, e até uma relação temporal do contato.

Por exemplo: Perceber as situações como constantes fontes de ameaça (transtorno paranoide);

Em uma situação de possível perigo futuro, as pessoas podem evitar entrar em contato com a situação. Aqui, poderíamos pensar, por exemplo, no transtorno de personalidade esquizóide, no transtorno depressivo (quando relacionado com ansiedade) ou no transtorno dependente; Acho q o transtorno depressivo é um bloqueio de interações maior que o esquizóide, pois o esquizóide bloqueia de certa forma o contato com pessoas, mas se permite contato com outros objetos, enquanto o depresivo bloqueia praticamente todas as formas de contato;

podem, se inevitável entrar em contato, planejar para que a situação não gere a determinada ameaça. Aqui, a gente pode pensar no transtorno obssessivo-compulsivo;

uma vez em contato, pode se submeter a situação, por medo. Aqui, poderíamos pensar no transtorno de personalidade esquiva; pode, na mesma situação, buscar ter poder sobre a ameaça, mostrando-se mais forte (aqui, pode-se pensar no transtorno narcísico); ou pode buscar compartilhar o poder, se aliar a fonte de ameaça (transtorno histriônico).

Enfim, esse é um esboço da utilização da teoria de Horney pra entender as classificações dos transtornos de personalidade. Ainda quero ler mais sobre ela, e pensar nessa relação, pq acho q tem certas falhas nessa associação. Lembrei tb qndo conversava com um amigo que é tenente da policia, trabalha com operações especiais, e falou de um curso de psicologia para negociador, e comecei a pensar como eu buscaria identificar o perfil de um sequestrador, por exemplo, para poder negociar com ele. Esse modelo de Horney, tb achei bem util para esta situação. Por exemplo, se ele, em situação de ameaça, reage com medo/submissão, acho q o melhor seria mostrar que a ação dele trará consequências desastrosas, e que o melhor seria se render, comunicando-me de forma neutra (o medo dele nesta situação seria útil); se ele busca o controle, as ações deveriam ser mais rápidas, para não dar tempo de pensar do sequestrador (no caso de situações de grande perigo) ou, se forem situações de menor perigo, focar no aspecto mais racional, mostrando o que pode acontecer se ele se entregar ou se continuar a agir daquela forma; se ele busca poder, mostrando-se ameaçador, o melhor seria mostrar calma, que o sequestrador tem o domínio da situação, para que ele não se sinta ameaçado. Enfim, idéias ainda soltas, pensarei mais sobre isso.

sábado, 16 de outubro de 2010

Título 3: Modelo Cartesiano x Modelo holistico

Há uma tendência a perceber esses modelos como necessariamente contraditórios e excludentes, ou seja, um deles como o correto e o outro, errado. Não vejo por esse lado. Pensando que uma ação é influenciada por multiplas forças simultâneas (modelo holistico), dá para compreender também o modelo cartesiano. Se existem múltiplas forças atuando, o modelo cartesiano afirma que uma dessas forças teria maior prevalência sobre a demais, ou seja, uma destas forças prevaleceria, determinando o resultado (causa-efeito), enquanto o modelo holistico afirmaria que mais de uma força tem sua importância no resultado. Acho que a escolha de qual ponto de vista adotar viria mais da necessidade de intervenção do que da preferência de alguém em gostar mais de uma ou de outra. Por exemplo, penso que em situações de necessidade de tomar decisões rápidas, a tendência é adotar o modelo cartesiano, enquanto que quando a necessidade for de ações mais eficientes e eficazes, que exigem maior planejamento, o modelo holistico, de compreender as múltiplas forças e suas interações, seria a tendência. Por exemplo, se eu tiver uma parada cardíaca, a ação de um médico tem q ser rápida, sendo, portanto, mais lógico ele agir de forma localizada, reanimando meu coração, do que buscar compreender como está o corpo por inteiro, em sua complexidade, para depois intervir. Agora, se o foco é a busca da melhoria de segurança na sociedade a longo prazo, é mais lógico fazer um mapeamento da maior quantidade de fatores possíveis de influência da violência, para depois conduzir uma ação. Este mesmo objetivo, a curtíssimo prazo, como por exemplo uma revolta armada dos bandidos no centro da cidade, exigiria uma ação rápida da polícia para contê-la.
Então, adoção do modelo cartesiano ou do modelo holístico dependeria da circunstância. Não tem como se negar que o modelo causa-efeito funciona em algumas situações, assim como o modelo holistico. Não é questão de gostar de uma ou de outra, e sim, entender se funciona na prática ou não.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Titulo 2 - Cultura

Outro pensamento que escrevi em minha agenda, foi acerca da cultura. Pensando sobre ela, focando sobre os elementos que a constituem, ou seja, como é formada e modificada a cultura (foco no 2º dos 3 modos postados antes), lembrei de 2 autores sobre os quais li por cima, que falam de 4 instituições enquanto elementos de uma cultura, no geral: instituição familiar, linguistica, do trabalho e religiosa. Estas instituições, quando interagem, podem combinar-se, na medida em que forem semelhantes, ou podem modificar- se umas as outras ou gerarem pontos de conflito, no que forem diferentes. Pensando sobre essas relações das instituições, também achei útil pensá-las primeiro pelas 3 dimensões citadas antes, principalmente no modo (como, processo) em que elas se manifestam influenciando o comportamento humano, e o objetivo delas, para depois fazer um cruzamento, ou seja, comparação entre objetivos (um ponto para se verificar combinação ou divergência), e uma comparação entre formas de buscar esse objetivo (outro ponto para se verificar combinação ou divergência). Por exemplo, se a instituição do trabalho buscar como objetivo o lucro a todo custo, e o objetivo da instituição religiosa for preservar os valores morais, esses objetivos, no que se relacionarem, podem gerar algum tipo de modificação neles mesmos ou, se não, gerar ponto de conflito. Mesma coisa o processo, a forma de fazer, pois, se a instituição familiar prezar, por exemplo, que as decisões sejam tomadas de uma forma paternalista, e a instituição do trabalho prezar para que as ações sejam decididas de uma forma democrática, coletiva, podem surgir pontos de conflito ou de modificação dessas formas.

Depois, vi qndo estudava para concurso, sobre psicologia organizacional, que dá para entender melhor a característica do processo, do como se manifestam as instituições, de 3 formas: Se o processo é orientado para uma ação individual ou coletiva; se o processo é realizado de forma fixa ou variável; se a tomada de decisões ocorre de forma centralizada ou descentralizada. Por exemplo, em uma instituição familiar, se as ações familiares são realizadas mais em conjunto (sair juntos, fazer as tarefas juntos) ou se são ações mais individuais; se as interações entre pais e filhos, irmão, marido e mulher, são interações (papéis) flexíveis ou rígidas; se quem toma as decisões é uma pessoa sozinha e os outros obedecem, ou se todos participam nas decisões. Vc pode pensar as demais instituições, as suas formas de manifestação, por esse modelo. Por exemplo, a língua portuguesa (instituição da linguagem) tem uma forma definida, as decisões oficialmente são tomadas pela academia brasileira de letras(a reforma ortográfica, por exemplo), e a interação e sua utilização geralmente ocorre entre mais de uma pessoa, na comunicação.

Pensando nas relações entre as instituições, elas então se cruzam nos 2 pontos citados, de objetivos e processos, e este cruzamento, com os resultados originados, estabelecem os padrões de interação de uma sociedade em sua totalidade, ou seja, a cultura daquela sociedade. Portanto, a cultura brasileira em si seria moldada pela relação no mínimo dessas 4 instituições, e, na medida em que a nossa cultura se relaciona com a cultura de outros povos (formadas pela relação de suas 4 instituições), acaba influenciando e sendo influenciada por elas.

Reflexões...

Tem um bom tempo que não posto nada, sinceramente, por preguiça e até desmotivação, não gosto muito de escrever de forma mais extensa textos. Mas tem uma coisa que gosto de fazer, que é pensar muito acerca de qualquer coisa que me interessa, qualquer tema, desde a área de psicologia, direito, economia, neurologia, artes marciais, entre outros temas. Ontem mesmo, durante a aula que faço de aikido, meu sensei perguntou se eu continuava pensando em casa sobre movimentos do aikido, e eu respondi que sim, sempre estou pensando em alguma coisa, é algo que me traz satisfação. Estes pensamentos são escritos em uma agenda que ganhei, na verdade me deram para que eu fosse mais organizado com relação a meus horarios e tudo mais, e eu acabei dando uma finalidade diferente a ela, porque nunca fui muito de escrever meus compromissos em uma agenda mesmo...

Então, para que essas idéias não fiquem retidas em mim mesmo, já que não tenho oportunidade de compartilhá-las de outra forma, resolvi começar a escrever o q tem na minha agenda aqui. Serão idéias soltas, talvez quem as leia não entenda o que quero dizer, minha preocupação não vai ser explicar muito as coisas, isso pode acontecer de acordo com minha motivação na hora em que digitar aqui, se me empolgar para isso ou não. Enfim, espero q essas idéias soltas possam de alguma forma serem úteis para alguém. E, claro, com maior satisfação, estou aberto a debates cordiais...


Titulo 1- As 3 dimensões de compreensão acerca de algo.

No momento, estou lendo sobre 2 movimentos iniciais da psicologia: estruturalismo e funcionalismo. Para entender a fundo a proposta destes 2 movimentos, acabei relacionando esses 2 movimentos à pergunta acima. Então, como definir algo? O que é um livro, ou um carro, ou um comportamento ciumento, por exemplo?
Lembrei-me então de quando li sobre historia da filosofia, e Aristóteles. Ele, se não me engano, dizia que existem 3 respostas a esta pergunta: Vc pode responder dizendo da origem da criação do objeto (foco no passado), ou de que é feito o objeto (foco no presente), ou qual a finalidade do objeto (foco no futuro). Vc pode dizer, por exemplo, que o carro é um objeto criado em uma industria automobilistica, ou que é composto de carbono (nem sei na verdade de q é feito um carro...) com 4 rodas, banco..., ou que é um objeto usado para locomoção. E aí, comecei a pensar no comportamento humano...
Como essa idéia pode ser usada para explicar um comportamento? Quando vc foca no ambiente, e nas influências do ambiente acerca de um comportamento, vc foca a 1 definição, ou seja, o que gera o comportamento (o porquê). As teorias comportamentalistas de causa-efeito, a teoria vetorial de Lewin, ou o foco da psicanalise de Freud sobre a infância, por exemplo, focam nessa 1 resposta.
A 2 resposta, seria entender os elementos envolvidos e como eles se relacionam (o como). Seria entender, por exemplo, que as ações são compostas de pensamento, sentimento e comportamento, que a percepção de algo se relaciona com um sentimento, e esse sentimento se manifesta em um comportamento. Ou, por exemplo, as manifestações do inconsciente no comportamento.
A 3 resposta se relaciona com o objetivo do comportamento, a motivação para agir ( para que). Seria entender, por exemplo, qual a intenção da pessoa em fazer aquilo, qual a necessidade ou desejo que ela quer satisfazer, se é buscar um prazer ou evitar um desprazer. Por exemplo, se vc sente sede, a sua ação de buscar água serve para aliviar a sede.
Então, seja em qualquer área de conhecimento, vou me policiar para me lembrar disso, pois, pensar algo nessas 3 dimensões é uma forma mais rica e completa de se compreender algo. No aikido, pensando agora enquanto digito, vou buscar essas 3 idéias para fazer o movimento. O porquê de fazer uma técnica acho q se relaciona com o ataque do oponente, a ação dele determina de certo modo a sua ação; o como, a técnica em si; o para que, o objetivo de desequilibrar e quebrar a estrutura... Para compreender a música, como seria? E o direito?

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Momento nostalgia 2

Mais uma música, essa foi a primeira que fiz, quanto tinha uns 14 anos, é a minha xodó:

Livro de capa obscura conta a história de Romeu
Todas essas falsas ilusões tornam o rosto a melhor e mais completa máscara
Esconde o verdadeiro ator;

Livro que seria de amor, na verdade é sobre tragédia e dor
o nosso mundo de aparências força a verdade a ser escondida, dissimulada
traz palavras capazes de machucar a nossa alma;

Vivemos uma peça sem qualquer roteiro
e temos o poder de mudar todo o enredo, a qualquer momento, em qualquer lugar;

Você parou, vc olhou, mas não quis continuar
e o final não foi do jeito que eu pedi para acabar
Lembranças de um filme em preto em branco, que não existe mais
desprezado pelo nascimento de uma nova era;
Tempo onde os Deuses morrem a toda hora
tempo onde o sorriso é apenas alguns músculos contraídos;

E o tempo, e todos aceleram os seus passos,
eu já estou cansado, sentado em uma pedra por aí,
e esta peça já está quase no fim,
e eu já não sei como irá acabar;
Momento certo para revelarmos todos os nossos disfarces,
e isso, é a face de um mais novo personagem...

Momento nostalgia

Estava procurando um caderno que usei na faculdade, para poder revisar um assunto de psicopatologia. Quando o encontrei, foleando o caderno, encontrei umas músicas que escrevi na época em que eu tocava em banda (parece que foi a uma eternidade atrás), músicas que não levei para tocarmos, e eu até nem lembrava mais a letra. Então, relendo, resolvi colocar aqui, uma forma de dá-las um valor que nunca tiveram, por estarem escondidas dentro de uma gaveta... até penso em dar essas músicas para alguém, vou pensar nisso, afinal, música é pra ser ouvida, e não morrer escondida... enfim, aí vai uma delas:

No meio da estrada, durante o percurso de minha jornada,
existe uma necessidade de poder, de dominar, prever, organizar, registrar
De determinar o curso do mar, e não deixar por ele se levar
afinal, para onde o mar me levaria, eu não sei, isso é a minha maior fobia.

Durante a viagem, vontade de encontrar a felicidade e a guardar
dentro de uma caixa, junto com as coisas mais belas que encontrei na minha vida
mas sempre que a abro eu percebo, está preenchida com rosas murchas, pássaros de asas atrofiadas,
o que guardei não é o que eu vejo no momento.

O se deixar guiar parece total passividade e descompromisso
exige na verdade muita força, prazer no desconhecido

O voar contra o vento pode fazer cansar e pousar,
uma vez no chão não se enxerga tão longe como no ar

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Psicologia é uma ciência

O que eu vou falar neste tópico representa mais um movimento de catarse, de descarga afetiva que me incomoda. Antes de digitar este texto, recordo-me do que disse no 1 texto, sobre rotulações, mas mesmo assim falarei sobre isso: A psicologia é uma ciência, e deve ser levada a sério. Entendo que, em alguns momentos, para facilitar a comunicação, as pessoas, referindo-me a estudantes de psicologia e psicólogos, possam utilizar de frases poéticas, metafóricas, etc, para facilitar a comunicação, pois o importante na comunicação é que minhas concepções sejam compreendidas por quem vai receber a mensagem de forma clara, e, em alguns momentos, possa ser difícil explicar algo. Mas o que me incomoda, e muito, é quando falam da psicologia de forma poética de forma exagerada, ou porque soa bonito, agradável aos ouvidos, ou quando falam de psicologia por senso comum. Senhoras e senhores da área de psic, o que separa nós, q passamos 5 anos em uma faculdade, de pessoas leigas, quando se fala de comportamento humano? O que nós temos de conhecimento que elas não têm? Lógico que aqui faço uma generalização, muitas pessoas entendem de comportamento humano por experiência de vida, ou por serem auto-didatas, sem querer rebaixar ninguém, da mesma forma que entendo um pouco de física sem nunca ter feito uma faculdade, mas concordam que há uma diferença de qualidade de conhecimento entre eu, que aprendi física no cotidiano, de alguém que estudou física por muitos anos? Qual a diferença?

O que eu vejo, e me chocou quando participei de um curso, onde só havia eu de estudante, ou seja, haviam uns 20 profisionais de áreas de saúde, sendo que a maioria eram psicólogos, é o quanto as pessoas buscam falar de psicologia com base em senso comum. Tipo, uma pessoa pode falar: as pessoas que estão em coma tem sua subjetividade, ou então, dizer: o correto é que as pessoas não traiam, por exemplo. Com base em que vc poderia afirmar isso? Não contesto as afirmações que fazem, mas qual a base disso...

Psicologia lida com seres humanos, e entendo ser muito fácil sermos influenciados por nossos achismos do dia a dia pra explicar algo, dizendo ser (sendo q não é) com base na psicologia. Psicologia é ciência, e, como vi em um texto que não me recordo o nome do autor (quem quiser, peça qdepois vejo, ou pesquise sobre), ciência é uma junção de 2 fatores: Comprovação empirica e construção lógica. A ciência se baseia em uma reflexão lógica e verificação daquilo de fato. Então, pessoas que lêem agora esse texto e são da área, imploro a vcs, qndo falarem sobre comportamento humano, na medida em que falam como profissionais da área, pensem qual a base que sustenta o q diz, e não diga só pq sua mãe, sua vizinha, ou o cara do bar falou que era assim, leve a sério a psicologia, pq só nos levarão a sério qndo levarmos nossa profissão a sério. Tentem distinguir o que é senso comum falando em vcs, do q é a ciência psicológica falando em vcs.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Retomando a idéia de futuro

Em alguns momentos, paro para pensar nas coisas que já vivenciei, no que já aconteceu comigo. Como mencionei antes, quando olho para o passado, parece que nunca ocorreu, como um filme que passou e só existe na minha mais remota lembrança... Penso principalmente em minha vida quando era adolescente: Muitas espinhas no rosto, acompanhadas de baixa auto-estima, era muito magro (embora ainda seja magro, mas não como era antes, hoje estou muito satisfeito como sou), e extremamente tímido... Quando penso nas transformações pelas quais passei, nas coisas boas que aconteceram comigo, faz com que pense no que estará por vir, coisas ótimas que acontecerão que nem imagino e que, a qualquer segundo, podem acontecer. Uma característica minha que eu gosto é o fato de não me ligar muito nas coisas ruins que aconteceram, elas aparecem, incomodam-me, e, quando passam, não me levam junto, podem até levar uma parte minha, arrancar um pedaço meu, mas prossigo sem muitas dificuldades. Meio contraditório isso, o que mais me afeta é o medo do futuro, da possível situação conflitiva, mas, quando ela acontece, consigo tolerar muito bem... Ainda farei terapia, prometo, um dia, quem sabe...

Penso, por exemplo, na primeira e boa ficada que eu tive, ou a primeira vez que dirigi um carro, e diversas outras primeiras vezes que aconteceram em um dia que, até aquele instante, não passavam de um dia comum, um presente semelhante ao passado como se fossem irmãos gêmeos bivitelinos. E, no momento em que a novidade acontece, traz grandes surpresas...

No dia 31 de dezembro do ano passado, ocorreu o sorteio da megasena, se não me engano, e este sorteio levou aproximadamente 1 minuto. Lembro de ter pensado sobre aquele minuto, durante o sorteio, um minuto que mudaria para sempre a vida de alguém. Alguém, depois de alguns segundos, teria sua vida totalmente transformada, e não fazia conta disso. Quanto tempo separa este momento em que vc lê esse texto da próxima surpresa que terá? Pode ser uma surpresa agradável ou desagradável, é verdade, mas tem algo que serve de consolo, ou talvez não, um dia todo mundo morre, um dia nós morreremos, é um fato, e, de um jeito ou de outro, as mudanças negativas que ocorrem na vida de alguém, de certeza, vão acabar...

Penso agora, no momento em que escrevo isto, quantas pessoas devem estar casando agora, começando o primeiro emprego, tomando o primeiro porre, assistindo ao primeiro filme, fazendo sexo? Quantas pessoas neste momento estão com uma dor extrema, próximas da morte, ou com depressão, ou sendo espancadas, humilhadas por alguém, implorando por clemência?

Veio a minha cabeça uma frase que conheci através do grupo humorístico "Melhores do Mundo", o quadro que fala sobre joserph climbe, o momento em que o locutor fala: "Mas a vida, a vida é uma caixinha de surpresas..." é esperar que a próxima caixa traga um grande brinde, e não um doce estragado...

sábado, 23 de janeiro de 2010

A incerteza do futuro, ao mesmo tempo excitante e amedrontador

Estou vivendo uma época em que busco uma nova vida, acabei de me formar na faculdade, e estou estudando quase como um louco (quase, pq sei que poderia me dedicar muito mais) para passar em um concurso, e começar minha vida independente, com minha casa, meu emprego, etc... Quem me conhece e interage comigo deve estar de saco cheio de tanto que eu falo em concurso, pq é só o que vem na minha cabeça agora e, justamente por essa imaginação de como será meu 2010, percebo o quanto as páginas em branco a serem escritas na nossa vida, pelo menos assim eu vejo, podem ser tanto estimulantes, em imaginar as vitórias que poderemos ter, quanto ameaçadoras, ao imaginar as possíveis derrotas... É engraçado as contradições que ocorrem, tipo, quando era adolescente, desejava ser alguém diferente dos outros, alguém especial, no sentido de superior, de ter algo ou alguma capacidade que ninguém mais teria. Ao menos era isso o que achava, para depois descobri que, o que desejava, e o que geralmente as pessoas desejam, e especialmente os adolescentes, é se encaixar em um grupo, ser aceito socialmente por um grupo, ou seja, ser "normal", tendo como parâmetro algum grupo de referência. Não é a toa que existem os grupos de rockeiros, de emos, de pagodeiros, e esses estereótipos, principalmente na adolescência, representam a necessidade de se encaixar.

Lembro tb de referências de personagens nos quais afirmamos admirar, por exemplo, ja ouvi muitos falarem que gostariam de ser como Wolverine, aquele lobo solitário andarilho que parece ser auto-suficiente, mas, olhando melhor, parece que ninguém gostaria de estar só, e sim de ser alguém estiloso que as pessoas admirassem, então voltamos à necessidade de nos encaixar, ou não...

Em relação às incertezas do futuro, acontece também essa contradição, porque, ao mesmo tempo que no futuro estão as possibilidades de eu ter o que ainda não tenho, existem também as possibilidades de perder o que tenho. Sempre invejei aqueles que se atiram no desconhecido com a cara e coragem, que não têm medo de arriscar, porque eu gosto da segurança, do planejamento, e de arriscar sim, mas com base em toda uma reflexão e planos de alternativas de ação. Acho que por isso desenvolvi mais a minha razão, e vejo os benefícios que ela trás, mas tb vejo prejuízos, e o que falei acima é um desses prejuízos. Quando penso nisso, lembro sempre de um trecho do livro de Paulo Coelho, chamado Brida, onde a personagem, como uma forma de teste, acaba enfrentando passar uma noite em um bosque, sem nenhuma noção do que lá havia, e isso representa a coragem de enfrentar o desconhecido.

O futuro parece algo muito distante, e o passado, parece que nunca aconteceu. Vejo meu passado, e parece um filme que eu assisti, que se vc perguntar, sei falar sobre, mas que nunca vivenciei. E o futuro, bem, o futuro é o que nos motiva a viver, a vida em busca do que não se tem, ou de reconquistar o que se tem e que insiste em escapar, e a incerteza faz os afetos em relação ao futuro serem mais intenso, e torço para que a intensidade esteja ao lado da excitação, e não da hesitação.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Doenças, como me incomoda inventarem doenças...

Realmente, acho que tou sem ter o que fazer, pois me empolguei e vou escrever mais um comentário aqui, e dessa vez é sobre como as pessoas gostam de dizer que tudo o que se faz, quando não é aceito socialmente, significa uma "doença", e que "deve ser tratato". Atualmente, com os vários casos de pedofilia que passam no jornal, este tema passou a ser bastante debatido, e eu participei de uma conversa sobre o tema. E facilmente, dá para ouvir pessoas falando sobre ser o pedófilo um doente, que tem transtorno mental, e que deve ser tratado. E não ouvi isso em relação só a pedofilia, mas já ouvi, por exemplo, em relação a homossexualidade. E aí tem uma coisa que sempre falo, pq esse conceito genérico de doença me incomoda e muito, e vou dizer o porquê, daqui a pouco.

Primeiro, pensei por quase 1 semana inteira sobre o que seria doença, e, depois de conseguir criar uma definição que me satisfez por completo, em outro momento vi 2 autores que diziam a mesma coisa que eu pensei, e aí comecei a rir, em pensar que poderia ter chegado a aquela resposta de uma forma muito mais fácil, ao mesmo tempo que fiquei contente por ter pensado naquele conceito por conta própria.

Bom, doença, ao meu ver, é algum sofrimento incapacitante, sofrimento que atinge a uma proporção que dificulta a pessoa ter algum tipo de satisfação, prazer, sensação agradável. Por exemplo, uma dor de cabeça fraca não seria tão incapacitante quanto uma enxaqueca braba, então, dizer que estou doente pq tenho uma dorzinha besta de cabeça não faz muito sentido... E aí vem a questão: A meu ver, pedofilia só é doença se quem faz o ato faz com sofrimento, como um ato compulsivo; se faz o ato por safadeza, porque gosta mesmo disso não é doente, e sim um tremendo vagabundo sacana e sem noção, que está cometendo um crime hediondo, e merece pagar criminalmente por isso, mas não é doença. As pessoas usam do termo doença, em vários momentos, para na verdade dizer outra coisa, dizer: Vc age de uma forma que é uma ameaça social e, por isso, nós temos que mudar vc, porque, afinal de contas, ou nós mudamos isso de vc que nos incomoda, ou isolamos vc da sociedade, e não podemos isolar vc hj em dia... Quando alguém faz algo que incomoda a sociedade, a sociedade, ou isola, ou, se não pode isolar, modifica a pessoa para que não incomode mais, e isso faz sentido, não quero dizer q a sociedade é sempre malzinha, vilã, e etc, mas a questão é em que momentos isso acontece. No Brasil, como não se aceita pena de morte ou banimento do país, o jeito é éducar, ou melhor, sócio-educar. Portanto, acho importante darmos os nomes aos bois, para termos noção do que está em jogo. Se eu digo: o pedófilo é doente e precisa ser tratado, eu digo, com isso, que o que justifica tratar o cara é ele mesmo, e não que seria uma demanda social, enquanto que, se eu digo, ele tem uma conduta que nos ameaça e por isso precisamos sócio-educá-lo, diz que o que está em jogo são as ações dele incomodarem a sociedade, então a justificativa está no incômodo social, e o fato de isso nos incomodar.

Aí vc pergunta: sim, vc muda os nomes, mas pra mim quer dizer a mesma coisa, pra quê fazer essa distinção?
Aí eu digo: Em relação ao pedófilo, dá tudo no mesmo: No final das contas, o tratamento é muito importante sim, embora diga que não é pq ele é doente, e sim pq incomoda a sociedade, afinal de contas, quem vai querer deixar um cara que pega crianças solto, sem um mínimo de garantias que ele não vai pegar um filho seu?
Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, existem outros casos em que essa distinção é importante, e, por exemplo, temos a homossexualidade, e a representação da mulher, entre outros exemplos. Dizer que a homossexualidade é doença e, por isso, deve ser tratada, é dizer que o que justifica eu obrigar algum gay a fazer tratamento é pq está nele, ele é doente, e com isso mascaro o que realmente seria, a necessidade de tratamento pq as ações dele incomodam a sociedade. Ou seja, não é algo inerente a ele, e sim uma relação aí, que precisaria ser revista. Quem precisaria mudar seria ele, ou a sociedade, em buscar rever seus valores, e não se incomodar, ou ver que seu incômodo não justifica empurrar sua verdade e ideais goela abaixo? Mesma coisa foi o movimento feminista, busca por uma mudança em uma época em que as mulheres eram extremamente subjugadas, e alguma mulher falar em orgasmo, por exemplo, era considerado doença, e que deveria ser tratado... afinal, o que estava em jogo, não era o fato da sociedade conservadora estar incomodada? pelo fato dela estar incomodada, as mulheres que buscavam sua liberdade deveriam ser tratadas, pq eram "doentes"?

Por fim, quero deixar claro certas coisas, afinal, temas polêmicos geram sentimentos acalorados, e, se eu não deixar algumas coisas claro, ficarei extremamente incomodado:
1- Condeno fervorosamente a pedofilia, pois meu lema de vida é: Não busque magoar ninguém, nem causar sofrimento aos outros. Se caso o que vc quer fazer não vai fazer sofrer ninguém (inclusive aos animais, pq sentem dor como a gente), então pode ser feito;
2- O que condeno é se utilizar do termo "doença" para se justificar um controle social. Se o grupo social quer controlar e subjulgar seus valores, que não seja ao menos hipócrita de mascarar isso, dê o nome certo aos bois: Vamos fazer pq nos incomoda, pq nos ameaça.

Rotulações

Já ouvi discursos inflamados sobre o quanto as rotulações são ruins, assim como ouvi histórias sobre um tanto de coisas durante todos os dias e, em geral, essas histórias passam batido, sendo alvo de atenção somente quando a gente se identifica com elas, quando vivenciamos algo nessas histórias, de alguma forma. Quando dizemos: Sou médico, budista, ou qualquer outra filiação que seja, percebo agora que está carregada de certo fardo: Ser membro de algo quer dizer que vc representa aquilo, e isso faz com que os outros membros se sintam no direito de querer controlar vc. Racionalmente até que faz sentido, afinal de contas, se vc veste a camisa de algo que faz parte, ver outra pessoa que também compartilha aquela identidade com vc fazer lambansa (agora percebi que não sei como se escreve lambansa...) é irritante. Falo isso porque, no meu caso, amo a psicologia, e ver algum psicologo em um programa de televisão falando bobagem me revolta e muito, não dá pra evitar... Mas ao mesmo tempo sei que a questão das pessoas acharem que podem controlar vc só porque compartilham de uma mesma identidade, é um saco, e também me revolta. Alguém achar que devo fazer ou deixar de fazer algo por causa que temos um "nome" em comum associado é ser ridículo. O que eu penso é: Vc tem o direito de me cobrar algo se o que eu faço traz, diretamente, algum sofrimento pra vc ou para outra pessoa e, se esse não for o caso, não me cobre, pq eu NÃo DEVO fazer ou deixar de fazer nada.
Afinal, o que existe antes de eu ser pediatra, ou músico, ou ser qualquer outra coisa, é o fato de eu ser eu, e eu sou uma junção de muitas coisas, e muitos interesses. Quando era mais jovem (a pouco tempo atrás, pq ainda sou jovem) eu via pessoas falando com certa pompa sobre lerem alguns filosofos como Nietzsche e companhia e, com o perdão da palavra, achava tudo aquilo uma mariquagem, citar nomes de caras e dizer que leu só por modismo, pq hoje em dia até ser politicamente correto, socialista, e com discurso revolucionário e contestador, é algo pop (comprovei isso quando vi, no pânico na tv, na época que Bush veio ao Brasil, as justificativas que estudantes deram por estar fazendo uma manifestação contra ele, e uma das justificativas, só pra ver o nipe das respostas, era que "Bush é ruim pq ele comeu a mulher de Lula"...). Hoje em dia, ainda não li diretamente Nietzsche, mas li por outros autores, e foi na época que a questão das rotulações me incomodaram. E foi aí que me libertei mais, afinal, percebi que é ingenuidade acreditar que temos a verdade sobre algo, pq não há garantias sobre algo ser totalmente verdadeiro. O que a gente faz é buscar aquilo que mais nos satisfaz, e tentar empurrar goela abaixo as nossas verdades, é também ridículo. Enfim, acho que saí um pouco do tema, mas acho que nem tanto, como tudo aconteceu em uma mesma época, devem estar mais próximos do que imagino...


Só pra constar, quem for ler o que eu boto aqui, saibam de cara que sou um cara extremamente racional, e isso é a minha maior virtude e meu maior defeito. E resolvi fazer esse blog pq imagino que muitas pessoas se identificam com o que outras escrevem, e, neste momento, acabei de ver o blog de uma pessoa, e me identifiquei com certas coisas que ela pensou em uns textos, e possa ser que alguém neste Brasil imenso se identifique com o que penso, ou que seja útil de alguma forma, enfim... Ou foi a falta do que fazer, sei lá