sábado, 16 de outubro de 2010

Título 3: Modelo Cartesiano x Modelo holistico

Há uma tendência a perceber esses modelos como necessariamente contraditórios e excludentes, ou seja, um deles como o correto e o outro, errado. Não vejo por esse lado. Pensando que uma ação é influenciada por multiplas forças simultâneas (modelo holistico), dá para compreender também o modelo cartesiano. Se existem múltiplas forças atuando, o modelo cartesiano afirma que uma dessas forças teria maior prevalência sobre a demais, ou seja, uma destas forças prevaleceria, determinando o resultado (causa-efeito), enquanto o modelo holistico afirmaria que mais de uma força tem sua importância no resultado. Acho que a escolha de qual ponto de vista adotar viria mais da necessidade de intervenção do que da preferência de alguém em gostar mais de uma ou de outra. Por exemplo, penso que em situações de necessidade de tomar decisões rápidas, a tendência é adotar o modelo cartesiano, enquanto que quando a necessidade for de ações mais eficientes e eficazes, que exigem maior planejamento, o modelo holistico, de compreender as múltiplas forças e suas interações, seria a tendência. Por exemplo, se eu tiver uma parada cardíaca, a ação de um médico tem q ser rápida, sendo, portanto, mais lógico ele agir de forma localizada, reanimando meu coração, do que buscar compreender como está o corpo por inteiro, em sua complexidade, para depois intervir. Agora, se o foco é a busca da melhoria de segurança na sociedade a longo prazo, é mais lógico fazer um mapeamento da maior quantidade de fatores possíveis de influência da violência, para depois conduzir uma ação. Este mesmo objetivo, a curtíssimo prazo, como por exemplo uma revolta armada dos bandidos no centro da cidade, exigiria uma ação rápida da polícia para contê-la.
Então, adoção do modelo cartesiano ou do modelo holístico dependeria da circunstância. Não tem como se negar que o modelo causa-efeito funciona em algumas situações, assim como o modelo holistico. Não é questão de gostar de uma ou de outra, e sim, entender se funciona na prática ou não.

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