domingo, 8 de maio de 2011

Uma reflexão sobre como classificar os alunos de Harry Porter

Este texto é mais uma brincadeira de minha parte. Teve um texto que falei sobre classificações de personalidade, mais abaixo. Aí fiquei pensando: como usar essa classificação para analisar os alunos, e para que grupo iriam?
Em Hogwarts (escola de bruxaria onde Harry estuda) existem 4 grupos onde vc pode ser encaixado: Corvinal, sonserina, lufa-lufa e grifindória. E as maiores características, pelo que me lembro, de cada grupo desse é que:
Corvinal: Inteligência (no sentido de serem mais racionais, inteligência lógico-matemático)
Lufa-lufa: Amizade.
Grifindória: Coragem.
Sonserina: Poder.

Então, fazendo uma avaliação, penso que:
Corvinal: Usam mais como forma de buscar prazer ou evitar desprazer a razão, e um foco maior também no contato com objetos não-humanos, se comparado com os outros grupos;
Lufa-lufa: Que usam como forma de buscar prazer, a afiliação, e como forma de evitar desprazer, a evitação;
Grifindória: Usam como forma de evitar desprazer a busca por poder (no sentido de confrontação, de bater de frente), e como busca por prazer, a afiliação ou realização;
Sonseria: Como forma de evitar desprazer, usa a busca por poder (confrontação, ou aliança) e, como forma de buscar prazer, o poder (dominação ou aliança).

Por isso que os maiores embates ocorrem entre grifindória e sonserina, pois são ambos os que mais usam a confrontação em uma situação de ameaça. Sonserina buscando poder na maior parte do tempo, e grifindória, respondendo de imediato quando é ameaçada. Lufa-lufa, seria mais aquela que geralmente não reage,mas que também não trai os amigos, e busca ajudá-los. Corvinal, seria a estrategista, aquela que demora a atuar, mas quando atua, é pq tem um plano elaborado.

Eu, acho que nem preciso falar, me identifico muito com corvinal. e vc?

Os opostos

Tem uma idéia de Jung que acho bem interessante: A valoração afetiva enquanto originada de uma tensão entre dois pólos opostos. Pelo que eu entendi, ele diz que as classificações que fazemos é baseada em uma comparação entre duas características opostas. Por exemplo, quando vc afirma que uma mulher é bonita, vc afirma isso pq vc comparou com uma idéia do que seria uma mulher feia; quando vc diz que alguém é alto, é pq vc comparou com uma idéia do que seria uma pessoa baixa, e isso acontece nos outros casos, como uma pessoa ser magra, inteligente, extrovertida, habilidosa, etc. Todas as classificações que fazemos baseados em valores (ou seja, classificações não-objetivas, pois as objetivas seriam descrições como: fulano mede 1 metro e 80, ou pesa 60 kilos) são classificações que só podem ser feitas se houver uma polaridade e, sem a polaridade, não existiria a valorização de uma característica. Por exemplo, nós só valorizamos a saúde pq conhecemos a doença e, quando estamos doentes, aí é que a comparação entre estar saudável e estar doente ocorre de maior forma; só valorizamos a vida quando conhecemos a morte e, quando passamos por uma experiência de quase-morte, aí é q valorizamos a vida, pois a comparação sobre viver e o morrer fica mais forte; quanto perdemos alguém (término de um namoro, morte amigo, ou familiar) é que sentimos falta da pessoa, caso gostemos dela, porque fica mais forte a comparação entre ter a pessoa por perto e não ter. Por isso que o ditado "só valorizamos quando perdemos" é válido.

No dia a dia, nos acostumamos com certas coisas, por exemplo, em estar saudáveis, ou em ver pessoas "normais", que têm 2 braços e 2 pernas, e por isso, esquecemos o que é estar doente, ou o que seria ter uma deficiência, e acabamos por maltratar o corpo. Comemos mal (mcdonalds da vida), não fazemos atividade física, as vezes nos expomos a perigos em busca da beleza (usar anabolizantes). Porém, quando estamos doentes, com enxaqueca pesada, ou perdemos a capacidade de andar, ou temos uma pressão altíssima, aí sim, valorizamos o que podíamos fazer. Talvez por isso exista tanto o foco em recuperar a saúde em vez de previnir, e uma forma de estimular a prevenção possa ser mostrar a realidade nua e crua.

Esse tema me faz lembrar da história bíblica de Adão e Eva: Viviam em uma paraíso, mas acabaram fazendo besteira, comeram do fruto proibido, e perderam o paraíso. A questão é que, justamente por não conhecer a morte, a fome, sede, ou seja, o que seria o não-paraíso, eles não tinham com o que comparar o paraíso. Da mesma forma que não valorizamos o fato de termos 2 braços e 2 pernas (só valorizamos qndo vemos uma pessoa sem braço ou sem perna, ou que não consegue andar, ou tetraplégica, por exemplo) e não valorizamos justamente pq geralmente não temos a visão do oposto, como então valorizar um paraíso, sem conhecer um mundo oposto a esse?

Teve um professor meu que falou uma vez uma frase que, a princípio parece confusa, mas na verdade faz todo o sentido: Se vc diz que todos têm uma mesma característica, então ninguém tem essa característica. Por exemplo, se todas as pessoas do mundo fossem bonitas, no mesmo grau e intensidade, se, por exemplo, todos fossem tipos gêmeos na questão de beleza, então, quem se sobressaltaria? Ninguém, pq todos são iguais. Ou seja, não tem pessoas feias ou mais bonitas para servirem de comparação. Logo, se todos fossem bonitos no mesmo grau, ninguém chamaria a atenção pela beleza, logo, ninguém seria bonito. Capitsche?