sexta-feira, 11 de março de 2011

Programação neurolinguistica

Comecei a ler neste fim de semana que passou um livro sobre PNL, de Steve Andreas. Ainda estou no começo do livro, e achei fantástica a proposta dele. De acordo com o livro, a pnl foi desenvolvida com o objetivo de buscar uma maior eficácia nas intervenções psicológicas, de buscar modificações rápidas do comportamento humano. Ele sugere que a gente aprenda a mudar os pensamentos que desencadeiam a sucessão de sentimentos e comportamentos pois, como nós agimos baseado no que pensamos das coisas, se mudarmos nossa forma de pensar, mudamos nossa forma de sentir e agir. Ele basicamente, no começo do livro, fala de 4 formas de lidar com a situação de ansiedade: Buscar pensar no que pode ser feito para superar isso; buscar focar nas oportunidades que podem ocorrer com a situação (ou seja, pensar nas coisas boas); buscar se distanciar afetivamente; e buscar , antes de encarar a situação, associar o contexto de ansiedade com algum sentimento positivo.

O que achei legal desse livro é que, pensando pela teoria de Bandura (teoria da aprendizagem social), o que esse livro de pnl fala, pelo menos no começo, faz todo o sentido, dá para ser muito bem embasado pelo pensamento de Bandura. Bandura fala que a ansiedade surge por envolver 2 percepções: perceber que a situação é ou será ameaçadora (expectativa de resultado), e perceber que não tem capacidade para lidar com ela (expectativa de auto-eficácia). Por exemplo, se eu achar que meu pai vai brigar comigo, e se eu perceber que eu não vou saber como lidar com ele, falar com ele, surge ansiedade em sua forma mais intensa. Se ele vier brigar comigo, mas me sinto confiante, pq sei como reagir, ou se eu for inseguro e não saber reagir em situações de conflito, mas sei que meu pai é tranquilo e não vai brigar comigo, então a ansiedade não toma maiores proporções. Pensando sobre Bandura, e unindo com Piaget, que fala sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, penso que, de início, a criança só consegue visualizar sobre se uma situação é potencialmente ameaçadora ou não; depois que ela atinge o estágio operatório concreto, onde ela tem capacidade para pensar de forma mais ampla, de planejar suas ações, é que o fator de expectativa de auto-eficácia entra em jogo, e aí ficam os 2 fatores influenciando sobre se sinto maior ansiedade ou não.

Enfim, o que achei legal da pnl é que, já que esses 2 fatores são decisivos para se sinto ansiedade ou não, uma forma mais rápidade intervenção seria, ou mostrar para a pessoa o que ela pode fazer para ter capacidade de lidar com a situação (uma forma de "treinar" a pessoa para aprender a lidar da melhor forma para ela) ou tirar o foco da ameaça para focar na oportunidade, para focar em uma coisa boa que pode acontecer com aquela situação. O outro método, de distanciar da situação, tem a ver com remover o pensamento que gera os sentimentos e comportamentos de ansiedade, pois, se não penso, não sinto nem ajo. A meditação, por exemplo, traz uma proposta de vida pacífica, tranquila, justamente por aprender a desligar esses pensamentos. Já o último método, de associar a situação com sentimentos bons, tem embasamento, a meu ver, em técnicas comportamentais de dessensibilização, ou contra-condicionamento.

Nessa proposta da pnl, o bacana é que dá uma orientação para uma intervenção de curtíssimo prazo. Em um contexto de psicoterapia, lógico que é necessário um aprofundamento maior em algumas questões, mas, por exemplo, em um contato para resolução de problemas, uma orientação, essa abordagem pode ser bem útil, pois dá uma objetividade para intervenção. Esse livro me fez entender a teoria de Bandura de um jeito que não tinha pensado antes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário