sábado, 27 de fevereiro de 2010

Momento nostalgia 2

Mais uma música, essa foi a primeira que fiz, quanto tinha uns 14 anos, é a minha xodó:

Livro de capa obscura conta a história de Romeu
Todas essas falsas ilusões tornam o rosto a melhor e mais completa máscara
Esconde o verdadeiro ator;

Livro que seria de amor, na verdade é sobre tragédia e dor
o nosso mundo de aparências força a verdade a ser escondida, dissimulada
traz palavras capazes de machucar a nossa alma;

Vivemos uma peça sem qualquer roteiro
e temos o poder de mudar todo o enredo, a qualquer momento, em qualquer lugar;

Você parou, vc olhou, mas não quis continuar
e o final não foi do jeito que eu pedi para acabar
Lembranças de um filme em preto em branco, que não existe mais
desprezado pelo nascimento de uma nova era;
Tempo onde os Deuses morrem a toda hora
tempo onde o sorriso é apenas alguns músculos contraídos;

E o tempo, e todos aceleram os seus passos,
eu já estou cansado, sentado em uma pedra por aí,
e esta peça já está quase no fim,
e eu já não sei como irá acabar;
Momento certo para revelarmos todos os nossos disfarces,
e isso, é a face de um mais novo personagem...

Momento nostalgia

Estava procurando um caderno que usei na faculdade, para poder revisar um assunto de psicopatologia. Quando o encontrei, foleando o caderno, encontrei umas músicas que escrevi na época em que eu tocava em banda (parece que foi a uma eternidade atrás), músicas que não levei para tocarmos, e eu até nem lembrava mais a letra. Então, relendo, resolvi colocar aqui, uma forma de dá-las um valor que nunca tiveram, por estarem escondidas dentro de uma gaveta... até penso em dar essas músicas para alguém, vou pensar nisso, afinal, música é pra ser ouvida, e não morrer escondida... enfim, aí vai uma delas:

No meio da estrada, durante o percurso de minha jornada,
existe uma necessidade de poder, de dominar, prever, organizar, registrar
De determinar o curso do mar, e não deixar por ele se levar
afinal, para onde o mar me levaria, eu não sei, isso é a minha maior fobia.

Durante a viagem, vontade de encontrar a felicidade e a guardar
dentro de uma caixa, junto com as coisas mais belas que encontrei na minha vida
mas sempre que a abro eu percebo, está preenchida com rosas murchas, pássaros de asas atrofiadas,
o que guardei não é o que eu vejo no momento.

O se deixar guiar parece total passividade e descompromisso
exige na verdade muita força, prazer no desconhecido

O voar contra o vento pode fazer cansar e pousar,
uma vez no chão não se enxerga tão longe como no ar

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Psicologia é uma ciência

O que eu vou falar neste tópico representa mais um movimento de catarse, de descarga afetiva que me incomoda. Antes de digitar este texto, recordo-me do que disse no 1 texto, sobre rotulações, mas mesmo assim falarei sobre isso: A psicologia é uma ciência, e deve ser levada a sério. Entendo que, em alguns momentos, para facilitar a comunicação, as pessoas, referindo-me a estudantes de psicologia e psicólogos, possam utilizar de frases poéticas, metafóricas, etc, para facilitar a comunicação, pois o importante na comunicação é que minhas concepções sejam compreendidas por quem vai receber a mensagem de forma clara, e, em alguns momentos, possa ser difícil explicar algo. Mas o que me incomoda, e muito, é quando falam da psicologia de forma poética de forma exagerada, ou porque soa bonito, agradável aos ouvidos, ou quando falam de psicologia por senso comum. Senhoras e senhores da área de psic, o que separa nós, q passamos 5 anos em uma faculdade, de pessoas leigas, quando se fala de comportamento humano? O que nós temos de conhecimento que elas não têm? Lógico que aqui faço uma generalização, muitas pessoas entendem de comportamento humano por experiência de vida, ou por serem auto-didatas, sem querer rebaixar ninguém, da mesma forma que entendo um pouco de física sem nunca ter feito uma faculdade, mas concordam que há uma diferença de qualidade de conhecimento entre eu, que aprendi física no cotidiano, de alguém que estudou física por muitos anos? Qual a diferença?

O que eu vejo, e me chocou quando participei de um curso, onde só havia eu de estudante, ou seja, haviam uns 20 profisionais de áreas de saúde, sendo que a maioria eram psicólogos, é o quanto as pessoas buscam falar de psicologia com base em senso comum. Tipo, uma pessoa pode falar: as pessoas que estão em coma tem sua subjetividade, ou então, dizer: o correto é que as pessoas não traiam, por exemplo. Com base em que vc poderia afirmar isso? Não contesto as afirmações que fazem, mas qual a base disso...

Psicologia lida com seres humanos, e entendo ser muito fácil sermos influenciados por nossos achismos do dia a dia pra explicar algo, dizendo ser (sendo q não é) com base na psicologia. Psicologia é ciência, e, como vi em um texto que não me recordo o nome do autor (quem quiser, peça qdepois vejo, ou pesquise sobre), ciência é uma junção de 2 fatores: Comprovação empirica e construção lógica. A ciência se baseia em uma reflexão lógica e verificação daquilo de fato. Então, pessoas que lêem agora esse texto e são da área, imploro a vcs, qndo falarem sobre comportamento humano, na medida em que falam como profissionais da área, pensem qual a base que sustenta o q diz, e não diga só pq sua mãe, sua vizinha, ou o cara do bar falou que era assim, leve a sério a psicologia, pq só nos levarão a sério qndo levarmos nossa profissão a sério. Tentem distinguir o que é senso comum falando em vcs, do q é a ciência psicológica falando em vcs.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Retomando a idéia de futuro

Em alguns momentos, paro para pensar nas coisas que já vivenciei, no que já aconteceu comigo. Como mencionei antes, quando olho para o passado, parece que nunca ocorreu, como um filme que passou e só existe na minha mais remota lembrança... Penso principalmente em minha vida quando era adolescente: Muitas espinhas no rosto, acompanhadas de baixa auto-estima, era muito magro (embora ainda seja magro, mas não como era antes, hoje estou muito satisfeito como sou), e extremamente tímido... Quando penso nas transformações pelas quais passei, nas coisas boas que aconteceram comigo, faz com que pense no que estará por vir, coisas ótimas que acontecerão que nem imagino e que, a qualquer segundo, podem acontecer. Uma característica minha que eu gosto é o fato de não me ligar muito nas coisas ruins que aconteceram, elas aparecem, incomodam-me, e, quando passam, não me levam junto, podem até levar uma parte minha, arrancar um pedaço meu, mas prossigo sem muitas dificuldades. Meio contraditório isso, o que mais me afeta é o medo do futuro, da possível situação conflitiva, mas, quando ela acontece, consigo tolerar muito bem... Ainda farei terapia, prometo, um dia, quem sabe...

Penso, por exemplo, na primeira e boa ficada que eu tive, ou a primeira vez que dirigi um carro, e diversas outras primeiras vezes que aconteceram em um dia que, até aquele instante, não passavam de um dia comum, um presente semelhante ao passado como se fossem irmãos gêmeos bivitelinos. E, no momento em que a novidade acontece, traz grandes surpresas...

No dia 31 de dezembro do ano passado, ocorreu o sorteio da megasena, se não me engano, e este sorteio levou aproximadamente 1 minuto. Lembro de ter pensado sobre aquele minuto, durante o sorteio, um minuto que mudaria para sempre a vida de alguém. Alguém, depois de alguns segundos, teria sua vida totalmente transformada, e não fazia conta disso. Quanto tempo separa este momento em que vc lê esse texto da próxima surpresa que terá? Pode ser uma surpresa agradável ou desagradável, é verdade, mas tem algo que serve de consolo, ou talvez não, um dia todo mundo morre, um dia nós morreremos, é um fato, e, de um jeito ou de outro, as mudanças negativas que ocorrem na vida de alguém, de certeza, vão acabar...

Penso agora, no momento em que escrevo isto, quantas pessoas devem estar casando agora, começando o primeiro emprego, tomando o primeiro porre, assistindo ao primeiro filme, fazendo sexo? Quantas pessoas neste momento estão com uma dor extrema, próximas da morte, ou com depressão, ou sendo espancadas, humilhadas por alguém, implorando por clemência?

Veio a minha cabeça uma frase que conheci através do grupo humorístico "Melhores do Mundo", o quadro que fala sobre joserph climbe, o momento em que o locutor fala: "Mas a vida, a vida é uma caixinha de surpresas..." é esperar que a próxima caixa traga um grande brinde, e não um doce estragado...